Chico Abreu,

Que apito você toca?

Sou surdista.

De primeira, segunda ou terceira? Sem trocadilho...
Sou um surdista de primeira, pô (risos). Mas, sério... eu faço um surdo que não é como os de escola de samba (simula estar tocando na bateria da Mangueira fazerndo vários sons com a boca). É um surdo mais de roda. Eu me preocupo em tirar o máximo de sons possíveis e de marcar a música sem perder a sutileza dos timbres e da levada.

E há quanto tempo você 'marca a música sem preder a sutileza dos timbres e da levada'?

(risos) Há alguns carnavais... Acho que posso dizer que pertenci à primeira geração da Lapa, tocando no Empório 100 com o Goiabada Cascão. Desse tempo pra cá, deu pra acompanhar muita gente boa. Xangô da Mangueira, Noca da Portela, Wilson Moreira. O Monarco na reestreia do projeto Puxando Conversa foi um dos momentos mais marcantes. Ter participado das finais do Prêmio Visa, em 2005, também foi uma grande experiência que eu tive.

Qual sua formação?
Eu me formei na Unirio. Mas em artes cênicas.


Você é ator???
(mudando a voz) Sou.

Incrível, eu nem notei. Você é assim tão... comportado. Está de blusa branca, calça jeans, não levantou da cadeira nem agitou as mãos em gestos incompreensíveis.
(fazendo uma terceira voz) Eu disfarço bem.

Aperto de mão ou tapinha nas costas?
Hã?

Aperto ou tapinha?
Acho que... sei lá... que maluquice. Aperto. De mão.

A propósito... faz alguma ideia de por que o Tomaz está dançando balé na primeira página do site?
Desconfio de que é uma veia artístico-corporal ainda não desenvolvida em toda sua potencialidade.